quinta-feira, 13 de setembro de 2012

TUMOR DE MAMA EM CADELAS E GATAS

Uma patologia comum mas prevenível.

          Estes nódulos, na maioria dos casos aparecem em cadelas com idade avançada, podendo ser benigno ou maligno, sendo com maior frequência malignos. O mesmo pode aparecer em qualquer uma das 10 mamas.
         Como meio de prevenção é indicado a castração da cadela, pois estes tumores estão relacionados com os hormônios sexuais, a castração é indicada de preferencia antes do primeiro cio, o que reduz até 98% dos casos, mas não necessariamente, podendo ser feita em qualquer fase. Também não é indicado o uso de anticoncepcionais, pois os mesmos predispõe o aparecimento do câncer de mama. 
        Os nódulos iniciam com o tamanho de um grão de arroz crescendo consideravelmente, podendo apresentar metástase, ou seja, o tumor sendo maligno pode espalhar atingindo órgãos como figado, rins e pulmão. No inicio apresentam indolor, conforme ocorre o aumento do tumor pode aparecer dor devido a dilatação da pele e compressão de tecidos anexos, podendo aparecer secreções de odor fedidos. O diagnóstico é feito através da biópsia e exame clinico.
       Com o tratamento cirúrgico deve ser feito a retirada das mamas afetadas junto com a castração (ováriosalpingohisterectomia). Os tumores retirados são encaminhados a exames histopatológico, que irá demonstrar o tipo de tumor e sua malignidade ou não. Existem profissionais médicos veterinários que utilizam do método de quimioterapia.
       Os resultados pós-operatórios são relativamente bons, desde que sejam benignos ou que não tenham indícios de metástase. 
             Pelo fato desses tumores apresentarem caráter competitivo pode ocorrer de logo após a retirada do nódulo maior, ocorrer um significado crescimento dos demais tumores alojados na região, passando por novamente pelo processo cirúrgico. Desta forma é indicado o tratamento quanto antes.


Aliny Machado de Brito
   

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Doenças de Ouvido acometidas em cães


                          1.INTRODUÇÃO
Uma das principais causas das doenças mencionadas a baixo ocorre devido à falta de higienização ou má higienização do ouvido dos cães, levando otite externa, sarna de ouvido. Existem também doenças hereditárias como a Dermatomiosite e Seborreia. Além da presença de corpos estranhos que podem levar a graves infecções.
Nota-se odor desagradável com prurido nas orelhas, sangramento com acumulo, saída de cera escura ou amarelada, inchaço com pele avermelhada, dor na região do ouvido, sensibilidade ao toque, movimentos de um lado para o outro da cabeça, irritabilidade como principais sinais indicando que o animal está com alguma doença no ouvido.

2. DOENÇAS DO OUVIDO

2.1 OTITE EXTERNA
Esta inflamação pode ser classificada quanto a sua localização: externa (ocorre com maior frequência), média e interna. Podendo ocorrer em um ou em ambos ouvidos.
A Otite externa pode ser causada por infecções fúngicas; infecções bacterianas; presença de corpos externos como pêlos, sujeira, agua; alergias, doenças hormonais.
Os principais parasitas causadores de Otite externa são Otodectes Cynotis, Demodex Canis, Sarcoptes scabiei, Notoedres cati, Cheyletiella spp e Carrapatos.
Existem raças que tem pré-dispocição a esta doenças, nelas podemos incluir raças com a orelha pendular como o cocker spaniel , raças com excesso de pêlos como o poodle, bichon frisé.
A Otite média e interna desenvolve usualmente como extensão da Otite externa.

2.2 SARNA DE OUVIDO - OTODÉCICA
É uma doença cutânea ocasionada no ducto auditivo. Sinais caracteristicos da presença do acaro no ouvito são irritaçào, plurido, levando a sarna, o animal balaça a cabeça com frequencia podendo ser acompanhado com gemidos. Devido a presença do parasita o animal passa a produzir mais cera.
Esse excesso de cera e o traumatismo causado pelo coçar constantemente fazem com que ocorra uma inflamaçao nos ouvidos causando dor e desconforto. Por ser causada por acáros (ectoparasitas) são transmitidos de um cão para outro.

2.3 DOENÇAS HEREDITÁRIAS
A Dermatomiosite é uma doença ereditaria que causa inflamações dos músculos da pele ou Seborreia.

      2.4 CORPOS ESTRANHOS
            Objetos como pedaços de plantas, plástico, madeitas e insetos mortos podem penetrar profundamente no ouvido causando diversas infecções.

     3. CUIDADOS COM O SEU CÃO
            Existem produtos próprios para limpeza de ouvido como, por exemplo, Otedem auriclean, que além de limpar e higienizar, previne o aparecimento de Otites. É importante a limpeza diária do ouvido. Qualquer alteração no ouvido do seu cão, procure um médico veterinário.
Segue um link que encontrei no YouTube mostrando como limpar a orelha do seu cão: http://www.youtube.com/watch?v=MWzI6rkYccs

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Doenças transmitidas por carrapatos


1.    INTRODUÇÃO
Hoje os carrapatos ocupam o segundo maior grupo de importâncias como vetores de doenças infecciosas, sendo que os mesmos por si só já são causadores de ixodidose, pois a saliva do mesmo está repleta de elementos tóxicos que irritam a pele do animal, mas além dessa doença provocada pela picada do carrapato, os mesmos transmitem protozoários, bactérias e vírus responsáveis por diversas patologias consideradas zoonoses.
As doenças transmitidas por carrapatos são divididas em doenças causadas por bactérias; doenças causadas por vírus e doenças causadas por protozoários.
De acordo com Jongejan (2001)
“Os carrapatos estão entre os principais vetores de doenças que afetam o homem, os animais domésticos e os de companhia, sendo responsáveis por paralisia, toxicose, irritação e alergia, e representam uma questão importante de saúde pública” (JONGEJAN, 2001).
2.    DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
As bactérias que causam doenças infecciosas são chamadas de patogênicas. Tais como Erliquiose canina, febre Maculosa Brasileira, Doença de Lyme.
2.1               ERLIQUIOSE CANINA
De acordo com Couto (1998)
A Erliquiose Canina é uma doença relativamente comum nos cães e recentemente confirmada como zoonose. Os sinônimos utilizados na literatura para este distúrbio incluem Doença do Cão Rastreador, Pancitopenia Canina Tropical, Febre Hemorrágica e Tifo Canino. Devido a sua natureza crônica e insidiosa, a Erliquiose é prevalente o ano inteiro.
O gênero Ehrlichia, pertencente à família das Rickettsiaceae. Um dos maiores vetores na transmissão de Erliquiose é o carrapato Rhipcephalus sanguineus. Sendo que o carrapato poderá permanecer infectante por um período de aproximadamete um ano. Esta patologia apresenta tres formas clinicas: aguda, subaguda e crônica.
Os sinais patologicos são edema e enfisema pulmonares; glomerulonefrite; ascite; esplenomegalias no sistema urogenital, intestinos e narinas. Além da presença de petéquias na gengiva, conjutiva ocular, bucal e nasal.
2.2 FEBRE MACULOSA BRASILEIRA-FMB
 De acordo com Labruna (2006)
No Brasil a R. rickettsii é transmitida ao homem e animais, por pelo menos duas espécies de carrapatos brasileiros: A. cajennense e A. aureolatum. A sobrevivência transestadial e a transmissão transovariana da R. rickettsii no carrapato A. cajennense foi constatada, embora ainda não haja comprovação de qualquer espécie animal, incriminada como hospedeiro amplificador de R. rickettsii para o A. cajennense no Brasil, diferentes trabalhos realizados desde a década de 1930 tem levado a suspeitar das capivaras, gambás e coelhos silvestres.
A FMB está intimamente relacionada com seus hospedeiros vertebrados. Os cães atuam como carreadores de carrapatos, transmitindo a doença dos animais selvagens para o homem. Os focos conhecidos estão relacionados com ambiente rural, vegetação rasteira ou arbustiva, lavouras rudimentares e presença constante de cães.
        Os sinais patológicos incluem febre alta, cefaleia, mialgia e manchas na pele.
2.3      DOENÇA DE LYME E OUTRAS BORRELIOSES

A doença de Lyme é uma enfermidade causada por bactérias espiroquetas do complexo Borrelia burgdorferi sensu lato, o qual é composto por pelo menos 11 espécies taxonomicamente reconhecidas. Destas, as espécies Borrelia burgdorferi sensu stricto, Borrelia garinii, e Borrelia afzelli são as de maior patogenicidade, estando associadas às diferentes manifestações clinicas da doença de Lyme em humanos e animais domésticos. [...] Todas estas 11 espécies que compõe o complexo B. burgdorferi sensu lato apresentam em comum o fato de terem sido relatadas exclusivamente em regiões temperadas do hemisfério Norte, onde estão associadas na natureza com carrapatos Ixodes ricinus. Dentro deste complexo, destacam-se as espécies I. ricinus e Ixodes persulcatus na Europa e Ásia, e Ixodes scapularis e Ixodes pacificus na América do Norte (Steere et al al., 2004).
Manifestações gerais incluem mal-estar, febre, cefaleia, mialgias, rigidez de nuca e linfadenopatias. Esta doença pode causar complicações, tais como alterações neurológicas, cardíacas, articulares, oftálmicas e fetais.

3.    DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
Nem todos os protozoários são prejudiciais à saúde, porém os protozoários patógenos ou causadores de doenças são os responsáveis pela Babesiose.
3.1 BABESIOSE
Os agentes transmissores da Babesiose são o Rhipicephalus spp e o Haemophysalis spp. A doença é causada pelo protozoário do gênero babesia. A babesia parasita os glóbulos vermelhos e os destrói. Os sintomas aparentes são altamente variáveis, mas incluem febre, indisposição, anemia severa, anorexia e hemoglobinúria. Os sintomas ocorrem de maneira gradativa, ocorrendo anorexia, fadiga, hiperemia, sudorese e dores musculares, além de anemia.
3.2 ANAPLASMOSE (TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA)
Em conjunto com a Babesiose, é conhecida também como tristeza parasitoria bovina, piroplasmose, tristezinha, pendura, mal da ponta, mal triste dentre outros, é uma doença tropical caudada por uma associação de germes que se multiplicam no sangue (hemoparasitas). Os principais causadores da Anaplasmose são: Anaplasma Marginale ( rickettsiacea), é transmitida especialmente Boophilus spp
4.    DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Os vírus são exclusivamente patógenos. As zoonoses transmitidas por vírus são denominadas arboviroses. Doença da Floresta de Kyassanur (DFK), Febre OMSK, Febre Hemorrágica do Congo e Criméia são exemplos de doenças virais transmitidas por carrapatos.
5.    COMO PREVINIR AS DOENÇAS TRANSMITIDAS PELOS CARRAPATOS
          O mais indicado é o controle da infestação de carrapatos no meio ambiente e sobre os animais, pois os carrapatos apresentados no corpo do animal referem a apenas 5% de sua infestação, sendo que os restantes ficam localizados no ambiente. 
          "Por serem conhecidos como transmissores de doenças infecciosas em cães e gatos nas regiões de clima quente, torna-se mais do que nunca, necessária uma estratégia integrada no manejo das infestações por carrapatos em animais." (BEUGNET, 2001) 
6.  CONCLUSÃO
          Conhecendo as principais doenças transmitidas pelos carrapatos e sabendo os riscos causados a saúde, nota-se a importância de manter os cuidados devidos com o meio ambiente e o animal, evitando assim a proliferação desses artrópodes. 
     7.    REFERÊNCIAS
BEUGNET F.; JONGEJAN F. BOLETIM TÉCNICO MERIAL: Forum Científico Internacional sobre doenças transmitidas por carrapatos em cães e gatos. Divisão de parasitologia e medicina veterinária de doenças tropicais da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Utrecht. Holanda, 2001
COUTO, C. G. Doenças Rickettsiais in: BIRCHARD, SHERDING, Manual Saunders: Clínica de pequenos animais. Ed. Roca: p. 139-42, 1998.
WOODY, B. J.; HOSKINS, J. D. Ehrlichial diseases of the dog. Veterinary Clinical North America: Small animal practice, cap. 21, p. 45-98, 1991.
Labruna mb. Epidemiologia da Febre Maculosa no Brasil e nas Américas. Anais I Simpósio Brasileiro de Acaralogia – I SIBAC, p. 63-78, 11 a 12 de maio, Viçosa, Minas Gerais, 2006.
STEERE AC, COBURN J, GLICKSTEIN L. The emergence of lyme disease. European J Clin Invest, 113(8): 1093-1101, 2004.